A profissão da Senhora Warren

7.11 – 20h
9.11 –  18h

teatro sesc glória
Av. Jerônimo Monteiro, 428
Centro, Vitória – ES, Brasil

A profissão da Senhora Warren

A profissão da Senhora Warren, uma adaptação da obra homônima de Bernard Shaw.

Estreia mundial do Núcleo de Criação de Ópera

A Sra. Warren, uma mulher de origem humilde, deu à filha Vivie uma excelente educação e uma vida respeitável. Mas revelações sobre o passado e a ascensão financeira da mãe mudam completamente o destino das duas mulheres. O que parecia um simples encontro entre amigos em uma pacata cidade no interior da Inglaterra, torna-se o pivô de um grande conflito entre mãe e filha.

Em seu quarto ano de atividade, o Núcleo de Criação de Ópera apresenta A Profissão da Senhora Warren, ópera em quatro atos inspirada na obra homônima do irlandês Bernard Shaw, com música de Maurício De Bonis e libreto assinado coletivamente pelo Núcleo, formado, este ano, por Livia Sabag, Eliane Coelho e Gabriel Rhein-Schirato e pelo próprio De Bonis.

A peça, escrita em 1893, na qual o autor faz uma ácida crítica à hipocrisia da sociedade da época, foi censurada e, durante quase dez anos, proibida de ser apresentada, tendo estreado apenas em 1902, em Londres. 

A adaptação do texto para o libreto mantém-se bastante fiel à obra original e ao estilo de Shaw, e destaca, sutilmente, problemáticas de surpreendente atualidade, como a relação entre ideologia e conflitos de classe, questões de gênero no mundo dos negócios e nas relações familiares, e relações entre livre-arbítrio e liberdade no mundo contemporâneo. 

A música de De Bonis, de natureza atonal, dedica-se minuciosamente à caracterização dos tipos vocais referentes a cada um dos personagens. As melodias são marcadas por cromatismos, saltos, ou repetições intervalares, conforme a condução emocional de cada cena. A orquestra conta com todas as famílias de instrumentos, alternando texturas e densidades diversas e fazendo uso, inclusive, de ambiências muito sutis, pontuadas apenas pela percussão ou pela harpa. De Bonis propõe, ainda, uma coloquialidade rítmica e prosódica nas linhas vocais, que contribui para a fruição das palavras, e para a fluência da cena teatral, enquanto a escrita orquestral revela camadas menos explícitas dos conflitos entre os personagens. A alternância no uso de técnicas tradicionais do canto lírico com técnicas de “sprechgesang” (ou “canto-fala”, algo tão pouco explorado até hoje na música vocal brasileira) confere, ainda, mais possibilidades expressivas aos personagens.

Maurício De Bonis Composição
Núcleo de Criação de Ópera 13ª edição do Festival (Livia Sabag, Eliane Coelho, Gabriel Rhein-Schirato e Mauricio De Bonis) Libreto
Eliane Coelho, Carla Cottini, Paulo Mandarino, Mauro Wrona, Idaías Souto e Rafael Stein Elenco
Gabriel Rhein-Schirato Direção Musical e Regência
Livia Sabag Concepção e Direção Cênica
Nicolás Boni Cenografia
Fabio Namatame Figurino
Valéria Lovato Iluminação
David Scardua Visagismo
Belquior Guerrero Assistente de Regência
Menelick de Carvalho Assistente de Direção Cênica