Concerto de Encerramento

29.11 – 20h

teatro sesc glória
Av. Jerônimo Monteiro, 428
Centro, Vitória – ES, Brasil

Concerto de Encerramento

Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo

Helder Trefzger, regência

Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo

Vencedores do 4º Concurso de Canto Natércia Lopes:

Vanessa de Melo, soprano, Thati Reis, Soprano e Robert Willian, barítono

 


 

W. A. Mozart

Ouverture de A Flauta Mágica

 

W. A. Mozart

Ach, ich fühl’s de A Flauta Mágica

 

W. A. Mozart

Der Vogelfänger bin ich ja de A Flauta Mágica

 

W. A. Mozart

O zittre nicht, mein lieber Sohn! de A Flauta Mágica

 

A. Mozart

Ruhe sanft, mein holdes Leben de Zaide

 

G. Rossini

Sois immobile de Guilherme Tell

 

G. Rossini 

Sombre foret de Guilherme Tell

 

G.Verdi

Caro nome de Rigoletto

 

G.Verdi

Pari siamo de Rigoletto

 

A. Beach

Bal Masqué, Op. 22

 

L.Bernstein

Glitter and be gay de Candide

 


 

Iniciamos o concerto com a abertura d’ A Flauta Mágica. Apresentada em 1791, em pleno contexto da Revolução Francesa, essa obra é marcada pelo pensamento iluminista, além de referências à maçonaria, organização da qual Mozart e o libretista Schikaneder participavam. O enredo é frequentemente interpretado como uma alegoria das provações do ser humano na transição de uma mentalidade religiosa para uma filosofia secular, caracterizada pela racionalidade. 

Ouviremos a ária Ach, ich fühl’s. Presa nos domínios de Sarastro e sentindo-se ignorada e abandonada por Tamino, que, na verdade, está proibido de lhe dirigir a palavra, Pamina acredita que sua felicidade está perdida para sempre. 

Seguimos para Der Vogelfanger bin ich ja. É fácil esquecer, mas Papageno, um dos personagens mais carismáticos da história da ópera, era um caçador de pássaros, ou seja, agente da mais corriqueira metáfora de privação de liberdade. 

Encerrando esta mostra da Flauta Mágica, temos O zittre nicht, mein lieber Sohn, a menos conhecida – porém igualmente bela e desafiadora – ária da Rainha da Noite. A sombria personagem dirige-se a Tamino, lamentando o rapto de sua filha e pedindo ao jovem que a resgate. 

A próxima obra é a inacabada Zaïde. Na ária Ruhe sanft, mein holdes Leben, que soa como uma ornamentada canção de ninar, a protagonista, escrava do sultão Soliman, aproxima-se do também escravo Gomatz enquanto este dorme e deixa c0m ele um medalhão com seu retrato, como prova de amor. 

Século XIV, comemorações de cem anos do domínio dos Habsburgo sobre a Suíça. Guilherme Tell, que está no evento com seu filho, é solicitado pelo governador austríaco a saudar o chapéu imperial e recusa – atitude símbolo de luta pela liberdade de seu país. Ele desafia-o, então, a acertar com a besta uma maçã pousada no topo da cabeça do menino. Em Sois immobile, Tell, ao se preparar, diz ao filho para pedir a Deus que o melhor aconteça. Da mesma ópera, ouviremos a ária Sombre Forêt. Na floresta escura do título, Matilde, princesa da casa Habsburgo, espera por seu amado suíço Arnold. 

A próxima ópera é Rigoletto, de Verdi. Na ária Caro Nome, Gilda, a ingênua e reclusa filha do protagonista, pensa estar apaixonada por um estudante, mas na verdade é um disfarce do sedutor Duque de Mântua. Em Pari siamo, Rigoletto, bobo da corte, contempla sua semelhança com o assassino Sparafucille, ao considerar que sua língua afiada também faz vítimas, e critica sua subordinação à nobreza, que não lhe permite nada além do riso. 

Num concerto que se abre e se encerra com obras que fazem referência aos ideais revolucionários, é importante destacar que liberdade e igualdade nunca se estenderam verdadeiramente para o gênero feminino. Nossa próxima obra é Bal Masqué, da americana Amy Beach, talentosíssima compositora que teve que interromper sua atividade profissional pública após o casamento, só retomando após a morte do marido. 

Por fim, Glitter and be gay, da opereta-musical Candide, do também americano Leonard Bernstein. Baseada na obra de Voltaire, sua primeira versão foi composta em 1956, em pleno macarthismo, período de fortíssimo patriotismo e anticomunismo no país. Acompanhamos, num turbilhão musical, a angústia de Cunegunde, dividida entre e a vergonha pela perda da inocência e o luxo da vida parisiense.